Agricultura

Café: "a produção deve crescer, mas não será recorde", afirma especialista

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, e o segundo maior consumidor.

As recentes chuvas volumosas no cinturão cafeeiro brasileiro, que são fundamentais neste momento de enchimento dos grãos, devem resultar em “grãos mais graúdos”, explicou o diretor do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, durante a LIVE Mercado em Destaque. Cenário que vem impactando sobre os preços do café no mercado interno.

Em 2023, a safra deve ser maior, contudo “não deve ser recorde”, frisa. Isso porque os pés de café foram bastante judiados nas duas safras anteriores e em recuperação no ano passado, mas o clima continua bastante irregular. “As chuvas farão com que os frutos fiquem mais graúdos. Mas, em regiões com chuvas mais fortes e acima da média, também provocam a queda de frutos em uma proporção maior”, ressalta Carvalhaes.

Mercado

Os negócios têm sido pontuais, pois, os produtores estão cadenciando as vendas já há alguns meses, realizando-as em momentos de altas mais significativas ou mesmo quando há necessidade de caixa. “O que preocupa são os estoques de café que devem ficar baixos no final do ciclo de 2023, e depender da safra 2024 para suprir a necessidade do grão”, alerta Carvalhaes.

Estiagem

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, e o segundo maior consumidor. “Nós temos tido problemas nos últimos anos, devido as irregularidades climáticas e isso afetou bastante o café em 2020 e 2021, e agora em 2022 também. Portanto as safras de 2021 e 2022 foram bastante prejudicadas, principalmente no café arábica. Fazendo os preços do café explodirem em 2021”, explica.

No entanto, apesar de estar acima da média, os preços caíram no decorrer de 2022. Ou seja, O produtor vendeu melhor, porém “produziu somente um pouco mais de 50% do que estava acostumado a produzir. E os custos de produção também aumentaram consideravelmente, deixando a relação de troca baixa para o produtor”, salienta Carvalhaes.

O especialista deu um panorama histórico do café no Brasil e pontuou que há muitos incertezas no setor quanto aos estoques globais e aos preços no mercado futuro. Confira: