Trigo

Inicia colheita do trigo no RS

Com a diminuição das precipitações e a continuidade de alguns dias ensolarados, houve aumento da área de trigo colhida no Rio Grande do Sul, que alcançou 3% da área cultivada.

Com a diminuição das precipitações e a continuidade de alguns dias ensolarados, houve aumento da área de trigo colhida no Rio Grande do Sul, que alcançou 3% da área cultivada. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (05/10) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), a cultura está progredindo rapidamente em direção aos estágios de enchimento de grãos e maturação, que representam respectivamente 58% e 23% do desenvolvimento. Nessas fases, determina-se a produtividade, incluindo o tamanho e a qualidade dos grãos, pois o número de plantas e a quantidade de grãos por planta já foram definidos nos estágios iniciais do crescimento do trigo.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, as condições climáticas adversas em setembro afetaram as lavouras implantadas no início do período recomendado, que estão em fase reprodutiva, com danos causados pela incidência de doenças fúngicas. Os acionamentos do Proagro aumentam à medida que as lavouras atingem a fase de maturação. Em Alegrete, as estimativas já apontam redução de 15% no potencial produtivo da cultura. As perdas na região, até o momento, correspondem a 10% em relação à produtividade inicialmente prevista.
Na região de Santa Rosa, 32% das lavouras estão em enchimento de grãos; 57% na fase de maturação; e a colheita alcançou 11% da área cultivada. No entanto, as lavouras colhidas também apresentam redução na produtividade, em relação à expectativa inicial, que era de 3.267 kg/ha, mas atualmente a média registrada é de 2.735 kg/ha, representando uma redução média de mais de 16%. Na Região das Missões, a redução é de aproximadamente 20%. Algumas cargas recebidas por cooperativas já foram classificadas como triguilho, que apresenta PH abaixo de 72 e valor de venda a R$ 30,00/sc. de 60 kg.
 Aveia branca – A área de cultivo na Safra 2023 é de 365.081 hectares, e a produtividade está estimada em 2.340 kg/ha. Entre as espécies de grãos de inverno, a aveia é a que apresenta ciclo mais adiantado para colheita. À medida que essa operação avança, nota-se um aumento na quantidade de grãos danificados devido ao longo período de umidade elevada. Esses grãos apresentam coloração escura, manchas irregulares e falta de firmeza (chochos). Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, cerca de 75% das lavouras estão em fase de maturação ou já foram colhidas. No entanto, percebe-se que o potencial produtivo está abaixo das expectativas iniciais, e há considerável variabilidade na qualidade dos grãos colhidos até o momento.
Canola – A área de cultivo estimada é de 67.219 hectares, e a produtividade está estimada em 1.632 kg/ha. Houve avanço significativo na colheita, contudo predominam as lavouras em estádios finais de enchimento de grãos e maturação. Os produtores estão aplicando produtos para uniformizar a maturação das plantas e auxiliar na trilha e separação dos grãos durante o processo. Na região de Santa Maria, 19% das lavouras estão em floração; 50% em fase de enchimento de grãos; 20% em maturação fisiológica; e 10% já colhida. O longo período de umidade causou abortamento e queda de flores, o que poderá resultar em uma redução da produtividade.
Cevada – A projeção de cultivo é de 35.899 hectares, e a produtividade esperada é de 3.144 kg/ha. A cultura encontra-se de forma predominante em fase de enchimento de grãos. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, as lavouras de cevada estão nas fases de enchimento de grãos e maturação. A ocorrência de doenças típicas da espiga, como brusone e giberela, aumentou devido às chuvas recentes, gerando preocupações com a possível queda na qualidade. Vale ressaltar que essa região detém a maior área plantada do Estado, sendo Sertão o município de maior produção regional, com 4.100 hectares cultivados. 
CULTURAS DE VERÃO
Milho – A área semeada avançou para 62% da projeção de cultivo. As lavouras encontram-se nas fases de germinação e de desenvolvimento vegetativo. O período com menor incidência de chuvas e maior número de dias ensolarados favoreceu o desenvolvimento vegetativo. De maneira geral, as lavouras já se recuperaram da aparência clorótica devido à redução da atividade fotossintética, ocorrida nas semanas anteriores, quando as chuvas eram frequentes. Nesse período, foi retomada a adubação nitrogenada em cobertura, aproveitando a umidade presente no solo e considerando as previsões de novas precipitações.
Milho silagem – A área de cultivo é estimada em 364.291 hectares, com produtividade prevista de 39.088 kg/ha. Nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Erechim e Frederico Westphalen, a semeadura foi finalizada, e as lavouras encontram-se nos estágios de germinação e desenvolvimento vegetativo. As condições climáticas são consideradas favoráveis, e os produtores continuam as práticas de manejo de pragas e a aplicação de adubação nitrogenada.
Arroz – O Instituto Rio-Grandense de Arroz (Irga) estima cultivo de 902.425 hectares. A Emater/RS-Ascar projeta produtividade de 8.359 kg/ha. A cultura está em estágio inicial de implantação, prejudicada pela recorrência de precipitações. Em função da redução dos volumes pluviométricos, a operação de semeadura foi iniciada em várias regiões do Estado. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Maçambará, o tempo mais seco permitiu o plantio de 10% da área total prevista. As lavouras semeadas neste período estarão estabelecidas dentro da época preferencial, que se estende até 10/11, o que faz coincidir com o período de maior disponibilidade de radiação solar no início da fase reprodutiva. Na de Soledade, teve início a semeadura de arroz pré-germinado. Com o clima chuvoso, que mantém uma lâmina de água nos talhões, há economia de água dos reservatórios. No entanto, no sistema de semeadura em solo seco, o excesso de umidade está dificultando a entrada das máquinas nas lavouras para realizar o preparo e o plantio. 
Feijão 1ª safra – Para a Safra 2023/2024, projeta-se área de cultivo de 29.053 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.775 kg/ha. A cultura encontra-se em fase de implantação, estando prestes a ser concluído na Região Noroeste do Estado. Porém, na principal região produtora da primeira safra, situada nos Campos de Cima da Serra, o início da semeadura está programado apenas para dezembro. Em algumas áreas do Estado, as temperaturas mais baixas atrasaram o desenvolvimento das lavouras. Na região de Soledade, em termos de desenvolvimento, a área semeada alcançou 50%; 95% das lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo; e 5% estão em florescimento. 
OLERÍCOLAS – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, os cebolicultores concluíram o transplante de mudas, mas há atrasos no crescimento das plantas devido às fortes chuvas e aos dias nublados. Muitos canteiros precisarão ser refeitos em razão dos desmoronamentos e da lavagem superficial, causados pelas chuvas intensas. Além disso, será necessário reaplicar adubos em virtude das chuvas, que ocasionaram a lixiviação. Em Rio Grande e São José do Norte, houve perdas significativas por granizo, afetando cerca de 138 cebolicultores. É possível que ocorra redução drástica na produtividade, já que as folhas das plantas foram destruídas, comprometendo a produção de bulbos de fins comerciais. Os cebolicultores continuam aplicando fungicidas para prevenir doenças foliares nas plantas, quando há possiblidade de acesso às lavouras. Devido a todas essas adversidades climáticas, a previsão é de uma safra menor em comparação à safra anterior (2022/2023). Quanto à produção de sementes, os produtores estão enfrentando desafios em razão do clima das últimas semanas, mas esperam plantar cerca de 120 hectares em Herval, que é o principal produtor.
 Fonte: Emater/ RS
Foto: Deise Froelich, jornalista da Emater/RS-Ascar na região de Santa Rosa